Circunstâncias e mudanças
Como são astutas as arapucas que nós próprios armamos para nós! Imputamos culpas aos outros, fazendo-nos de vítimas, racionalizamos resoluções difíceis, justificamos comportamentos e fracassos, reforçamos nossas defesas, adiamos tomadas de atitude, maquiamos nossos medos e, por fim, atribuímos às circunstâncias externas tudo que nos faz menos contentes com a vida e com nós mesmos.
Que pena! Só há possibilidade de saídas quando admitimos e aceitamos a existência de circunstâncias internas atuando e governando o destino de nossas vidas. Temos de focar nossos olhos dentro de nós. O inimigo oculto ali está, minando nossas forças, postergando mudanças que só acontecerão através de uma transformação radical e comprometida.
Todos nós desejamos viver um grande amor, construirmos uma família feliz, termos filhos belos e saudáveis, vivermos uma vida financeira estável, realizarmos sonhos e projetos ousados, conhecermos lugares fascinantes, curtirmos momentos inesquecíveis com amigos, sermos admirados e amados, dispormos de mais tempo para nós mesmos, enfim, dinheiro e saúde para darmos e vendermos.
O que nos impede, então, de transformar desejos em realidade? O medo de mudar, tomar atitudes e assumir riscos, sair da zona de conforto, enfrentar o desconhecido, planejar ações, entrar em contato íntimo com nós mesmos, assumir a responsabilidade de nossas decisões são algumas das razões.
No entanto, mudar sem um foco de ação não passa de um desejo. Mudança requer determinação e objetivos definidos. Quem não muda é mudado pelas circunstâncias. Onde há vida, há movimento. Onde há inércia, há a presença da morte. A vida é uma obra em constante construção. É assim, queiramos ou não.